sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A MEU FILHO QUE VOO





A MEU FILHO QUE VÔO,

Dia 08 de novembro de 2010, uma segunda feira como as outras, você partiu para o trabalho, sorriu para a mãe, fez um carinho no cachorro, e desapareceu na curva do caminho, não chegou ao trabalho, não retornou ao lar,  e a dor começou devagar em nossos corações, uma duvida atroz, perguntas que não se calavam, o olhar para o horizonte vazio, o cair da noite, a aurora que brotava, e apenas um imenso vazio, até que, dois dias depois, o telegrama, frio como uma montanha de gelo, insensível, dizia apenas que você estava correndo atrás  de seus sonhos, que seria desta forma ou não seria mais.
Agora se encerra o ano, tudo começa de novo e  nem uma palavra a mais, o teu silêncio se transforma em dor tão intensa que chega a queimar a alma daqueles que te amam.
Filho, você é um pedaço importante de nossa historia, o amor que temos por você não pode ser descrito em um simples texto, pois está escrito com a tinta da caneta de Deus, gravado em ouro em dois corações, o meu é o de tua mãe.
Jamais pensamos em cercear a tua vontade de voar, pois como a águia, que se atira do penhasco para alçar vôo pelo mundo, isto aconteceria um dia, é o exercício de teu livre arbítrio.
O que não queríamos era que esquecesse o  calor do ninho que por tantos anos te serviu de abrigo, e que continua como você deixou.
Todos os dias, ao tocar o telefone, ao abrir os e-mails, nova expectativa e a ânsia de que do outro lado da linha, ou um simples texto, a tua voz, ou algumas palavras escritas,  possa trazer o alivio que tanto esperamos, um alô, um estou aqui, um até breve.
Isso, que está acontecendo conosco, acontece a milhares de pais e mães pelo mundo todo, agora entendemos a dor das Mães das Sé, as mães e os pais que durante anos buscam incessantemente um pedaço de suas almas que partiram, sem acenar um lenço de adeus, ou dizer um ti amo.
Se por acaso filho amado, isto lhe cair nas mãos, enxugue as lagrimas, e nos fale de teus sonhos, de teus anseios, sem magoas, sem rancor.

A Ti meu filho, muito Amado, João Adolfo Amaral Ribeiro

JOSE MARCELINO RIBEIRO

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