SOZINHA.
Hoje, o cabaré fechou as portas,
Você sentada na calçada, semi morta,
O olhar perdido na imensidão da madrugada,
Buscando para tua vida, respostas.
Dos teus olhos já sem brilho como tua alma,
Lágrimas que se misturam com a chuva fria,
Teimam em rola de tua face já marcada pelo tempo,
E recordas triste que já teve um lindo dia.
Eras dona de um lar que abandonastes pelo prazer,
Tua carne clamava por desejos insanos e fugazes,
Tua alma clamava por orgias que ali não saciava,
E fechou a porta deixando para traz a felicidade.
De bar em bar, de mesa em mesa, cada dia um amor,
Teu corpo ainda jovem cada vez queria mais,
E se entregava a volúpia desenfreada dos amores banais,
Até que um dia te encontrei novamente em um triste cabaré.
Teu corpo desnudo, já não tinha o vigor da juventude,
E buscavas bocas que não ansiavam pela tua,
E oferecia teu corpo a quem não tinha desejos de pagar,
E sozinha chorava em silencio se afogando em um copo.
Hoje, a rua é teu palácio, os mendigos teus amantes,
de teu lar, teu passado, tua felicidade, tudo distante,
Vi acabar teu dias como acabou as orgias, com morreu
teu coração que um dia deixou o meu de luto em busca dos amantes.
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